O jornalista William Bonner foi uma dos convidados do programa Altas Horas, exibido nesse sábado (26/6). Em entrevista ao apresentador Serginho Groisman, o âncora do Jornal Nacional falou da sua rotina fora da redação e revelou se manter recluso por medo de possíveis ataques de espectadores “movidos pelo ódio e polarização”.
Questionado sobre quais seriam os seus hobbies, quando está de folga, Bonner revelou. “Me abasteço de arte. Filmes, séries, leitura…. Quando meu filhos eram pequenos, eu acordava cedo para levá-los à escola e praticar corrida. Eles cresceram e eu mantive esse hábito, continuei acordando cedo para correr. Hoje me privo desse prazer, e não tenho satisfação de dizer que é por medo dessa polarização política que tomou conta do país, você sai e não sabe se vai sofrer agressões ou não. Então parei de correr”, explicou.
Durante a entrevista, o jornalista também falou da sensação de dar notícias tristes no telejornal. “Quando eu sabia que ia reagir mal a uma notícia muito triste, por exemplo, como eu sou muito emotivo e muito transparente, colocava a página seguinte para a minha parceira. Então, me livrava disso. Até hoje faço isso. O caso mais recente foi no dia do vídeo emocionante do passeio pela câmera na redação entre os nossos colegas”, resumiu o jornalista, ao falar do projeto Fatos e Pessoas que revela perfis mais humanizados dos profissionais da imprensa.
“Só tem um sentimento que é difícil de disfarçar: é a indignação. Como editor do jornal, eu sei qual é o conteúdo e sei o que vou ver… Mas quando revejo, na dinâmica da apresentação do programa, bate diferente e a expressão de indignação é incontrolável. Tento, mas nem sempre consigo. Sei também que nos dias que não consigo, quem está em casa, reagiu da mesma forma. Isso me tranquiliza um pouco”, concluiu Bonner.
Fonte: Metropoles